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Curadorias em rede: Mulheres artistas invisibilizadas pela histórias da arte


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Ficha técnica: L’Abandon, Camille Claudel, 1905, bronze, A. 42,3 cm x L. 39,1 cm x Pr. 20,5 cm. La Valse, Camille Claudel, 1889-1905, arenito flamejado, A. 41,5 x L. 37 x Pr. 20,5 cm. Combat, Lee Krasner, 1965, óleo sobre tela 179 x 410.4 cm. Shellflower, Lee Krasner, 1947, óleo sobre tela, 468 x 557 cm. Liberated Prisoners in Their Bunks, Lee Miller, 1945, fotografia. Firemasks, Dowshire Hill, Lee Miller, 1941, fotografia, arquivo Lee Miller. Self Portrait (Figure in the Wind), Françoise Gilot,1944, óleo sobre tela, 22 x 33 cm. Dutch village street, Gabriele Münter, 1904, Fotografia.

Mulheres artistas invisibilizadas pela história da arte

por Danielly Tintori e Ludiane Reinholz


Na exposição Mulheres artistas invisibilizadas pela história da arte apresentamos 8 obras de 5 artistas que datam da primeira década à segunda metade do século XX, inseridas nos movimentos artísticos, principalmente de vanguarda, do século XX na Europa.

Reunimos expressões artísticas em diferentes técnicas e suportes, contando com pinturas, esculturas e fotografias. Mulheres artistas invisibilizadas pela história da arte oferece perspectivas plurais, trazendo um novo olhar sobre uma história que tem sido contada de forma equivocada, escolhendo enaltecer os homens artistas e reservando às mulheres o papel de figurantes.


O objetivo desta mostra é celebrar e evidenciar obras e artistas que tiveram seu trabalho subjugado e menosprezado, conferindo a suas autoras papéis como: “esposa de, amante de, irmã de, relacionada a”. Ou seja, artistas que foram relegadas a espaços como celas de manicômios, salas de estar e quartos. Embora algumas mulheres tenham desempenhado importantes papéis no desenvolvimento de movimentos artísticos, continuam sendo menos lembradas que seus companheiros.


Atualmente há uma tentativa de reparação histórica, como o museu inaugurado recentemente que abriga obras da escultora Camille Claudel, após anos de esquecimento e injustiça. Apesar dos esforços, as mulheres continuam sendo eclipsadas pelos seus colegas homens, nos livros, nas galerias, museus, acervos e em todos os meios artísticos.


Ao visibilizar e tornar protagonistas as histórias das mulheres artistas, repensamos a história da arte tradicional, formada por homens brancos e europeus, e reivindicamos uma modificação da arte e de como ela é ensinada, tornando possível que artistas contemporâneas se sintam representadas na história da arte. Ao revisitar o passado, traçamos conexões outrora enfraquecidas pela hierarquia patriarcal e as evidenciamos a fim de fortalecer o protagonismo feminino.


Danielly Tintori

Estudante do curso de graduação em Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo. Atua como monitora no CEI CRIARTE UFES e atualmente participa do GEPAEI - Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte na Educação Infantil.


Ludiane Reinholz

Estudante do curso de graduação em Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo. Atua na seção educativa e reserva técnica da Galeria de Arte Espaço Universitário, participando da mediação, estratégias de mediação, desenvolvimento de material educativo, catalogação e acondicionamento de obras.


Minibio das artistas:


Lee Miller

Elizabeth “Lee” Miller nasceu em 1907 em Poughkeepsie, Nova York. Estudou arte na Art Students em Nova Iorque. Em 1920 começou um romance com Man Ray e sua importância, carreira e trabalho foram estigmatizados por seu relacionamento com o artista e sua aparência. Lee Miller era uma artista que não se contentava ser definida por seu sexo, beleza ou idade. Além de fotógrafa, foi também modelo e musa de grandes artistas surrealistas. Em 1942, tornou-se uma das 5 mulheres creditadas como correspondentes de guerra das forças armadas americana, cobrindo para a Vogue.



Lee Krasner

Nasceu no Brooklyn, Nova York, em 1908. Lee Krasner decidiu aos 14 anos que seria artista. “Seu trabalho é tão bom que não parece feito por uma mulher” foi o que recebeu de Hans Hofmann, seu professor de pintura. Em 1945 casou-se com Jackson Pollock e era conhecida como “Mulher do Pollock”, apesar de ter uma produção como artista há muitos anos e ser uma das principais representantes do expressionismo abstrato da segunda metade do século XX. Com inspiração em Mondrian, Krasner ajudou a criar a técnica “all-over”, influenciando assim as pinturas de gotejamento de Jackson Pollock.



Françoise Gilot

Nasceu em Paris, em 1921. Estudou direito, mas abandonou a carreira jurídica para se dedicar a arte. Em 1943, conhece Pablo Picasso, ele com 62 anos e ela com 21 e se tornam amantes. Em 1953, Françoise decidiu deixar Picasso, após 10 anos de relacionamento e dois filhos. Ele a expulsou da cidade e fez com que o mundo das artes de Paris se voltasse contra ela. Após 75 anos de produção, Françoise realizou mais de 5 mil desenhos e 1.600 pinturas. Hoje com 97 anos ainda pinta e tem uma carreira brilhante.




Camille Claudel

Camille Rosalie Claude nasceu em 1864 na França. Escultora que tem seus trabalhos interpretados e reconhecidos por sua capacidade de conferir às esculturas uma característica expressividade, constituindo uma construção narrativa em suas obras, expressando certa teatralidade. Desde sua infância revelava seu talento artístico, aos seis anos modelava argila. Em 1882, compartilha um ateliê com outras artistas mulheres, tendo a supervisão de Auguste Rodin. O contato com Rodin resultou em uma troca de influências entre ambos artistas, colaborações em trabalhos e um relacionamento amoroso, sendo a obra e carreira da artista estigmatizada por esta relação. Participou da feitura de importantes conjuntos escultóricos do artista. Seu nome não aparece como colaboradora nas obras de Rodin.

Gabriele Münter

Alemã, nasceu em 1877. Em 1902 ingressou na Escola de Arte Phalanx, em Munique, e começou a frequentar as aulas de natureza morta e paisagem morta de Wassily Kandinsky. Iniciam um relacionamento amoroso e mais tarde criam o grupo Der Blaue Reiter com outros artistas expressionistas. Seu trabalho sempre foi atrelado com o trabalho de Kandinsky e do grupo Der Blaue Reiter. Gabriele foi a responsável por salvar as obras do grupo durante a Segunda Guerra Mundial, tornando possível conhecermos as obras do mesmo.

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