Relato por Stéfany Pereira da Silva
O encontro Práticas de mediação e arte contemporânea, com Maik Douglas Cabral Machado, ocorreu na Galeria de Arte Espaço Universitário (GAEU), na UFES, em 27 de maio de 2022. O evento foi promovido pelo programa público Gaeu+pesquisa, com o intuito de divulgar trabalhos realizados a partir da galeria e do acervo de Artes Visuais da UFES, assim como estimular o início de novos processos investigativos.
Maik apresentou sua pesquisa de graduação, que se desenvolveu em diálogo com os relatos de sua experiência no estágio da Gaeu. Estagiar como mediador na Gaeu foi o gatilho da trajetória de sua pesquisa, principalmente por seu primeiro contato com a arte contemporânea de forma aprofundada ter se consolidado ali, assim como sua relação com a mediação.
A experiência de estágio fomentou sua vontade de se aventurar por entre as propostas de mediação e curadoria, identificando-se de forma afetiva e profissional. Dessa forma, seus encontros com as produções contemporâneas se desenvolveram de forma gradativa, por intermédio da vivência estabelecida ao observar o “processo de pensar o que era pensar, montar e mediar uma exposição".
“Mediador, antes de ser mediador, ele é público.”
De mesmo modo, que na prática, o mediador realiza trocas com o público, em meio ao processo de se pensar uma proposta, ele, como indivíduo, realiza trocas com a própria obra. No entanto, mesmo que nem sempre se desenvolvesse uma relação imediata entre a obra/contexto e o mediador, ele, em seu papel profissional, é responsável por buscar mecanismos para auxiliar que esse vínculo se constitua entre o público e a obra, durante a exposição.
Dentro desse contexto, Maik Machado apresentou que o ato de mediação, exigiu o desenvolvimento de ferramentas e habilidades, para se trabalhar as narrativas e as práticas, como uma forma de contar e criar histórias com o público. Evidenciando-se, que este momento, não se validava apenas de opiniões sobre a obra, mas sim da experiência e formação de repertório.
“Porque escutar o público para mediar?"
A prática de mediação sofre interferência do público, do espaço, da produção artística, implicando em mudanças nesse percurso, sendo a obra um disparador, para a prática que irá se desenvolver. A partir do ato de ouvir o público, o mediador tem a oportunidade de caminhar por um trajeto que é comum ao visitante, conectando-se aos símbolos já existentes, e também criando novos.
Assim como em sua prática no estágio da Gaeu e nas experiências seguintes, a mediação o acompanhou para dentro da sala de aula, após a sua formação. Sua atuação como professor-mediador se valida na perspectiva do mediador como "multiplicador de sentidos”, podendo assim rever seus recursos, repertório, conteúdos e trazendo aspectos da cultura visual cotidiana para sala de aula. A partir disso, uma maior identificação pode se constituir entre a arte vivenciada na escola e a fora dela, assim como novos desdobramentos para a vida e formação básica do educando.
Leia o TCC completo de Maik Machado no site do Grupo de Pesquisa Entre - Educação e arte contemporânea.
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